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Cálculo de rescisão: como fazer, tipos e direitos

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O cálculo de rescisão trabalhista é um processo indispensável para o encerramento de contratos de trabalho. Ele garante não apenas os direitos do trabalhador, mas também protege o empregador de possíveis penalidades legais. Dessa forma, entender como realizar esse cálculo corretamente é essencial.

No entanto, além de saber os valores a serem pagos, é importante compreender os diferentes tipos de rescisão e os direitos envolvidos em cada situação. Neste artigo, você terá acesso às principais informações sobre o tema e aprenderá como evitar erros no procedimento.

O que é o cálculo de rescisão?

O cálculo de rescisão é o procedimento que determina os valores devidos ao trabalhador no momento do encerramento de seu vínculo empregatício. Ele engloba direitos como saldo de salário, férias proporcionais, décimo terceiro proporcional, aviso prévio (em alguns casos) e o saque do FGTS, quando aplicável.

Além disso, dependendo do tipo de desligamento, uma multa de 40% sobre o saldo do FGTS também estará incluída. Esse processo deve ser conduzido com atenção aos prazos e às legislações vigentes.

Prazos legais

De acordo com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), o empregador tem 10 dias corridos para realizar o pagamento da rescisão e entregar todos os documentos. O não cumprimento pode implicar em multa equivalente ao valor do salário do trabalhador.


Quais valores integram o cálculo de rescisão?

Para tornar o cálculo mais claro, é necessário conhecer os componentes principais:

  • Saldo de salário: valor proporcional aos dias trabalhados no mês.
  • Aviso prévio: pode ser trabalhado ou indenizado, considerando o tempo de serviço.
  • Décimo terceiro proporcional: calculado conforme os meses trabalhados no ano corrente.
  • Férias vencidas e proporcionais: com acréscimo de 1/3 constitucional.
  • Multa do FGTS: correspondente a 40% do saldo acumulado no FGTS (em caso de dispensa sem justa causa).

Além disso, é importante conferir possíveis descontos obrigatórios, incluindo contribuições ao INSS, IRRF e pensão alimentícia, quando aplicável.

Exemplo prático

Imagine um trabalhador com salário de R$ 1.412, dispensado sem justa causa após 8 meses de serviço. Os valores seriam assim distribuídos:

  • Saldo de salário: R$ 470,67 (10 dias trabalhados).
  • Aviso prévio indenizado: R$ 1.412.
  • Décimo terceiro proporcional: R$ 941,33 (8 meses).
  • Férias proporcionais: R$ 1.255,11 (8 meses + acréscimo de 1/3).
  • Multa do FGTS: R$ 361,47 (40% sobre saldo de R$ 903,68).
  • Total bruto: R$ 5.344,26.

Tipos de rescisão e seus respectivos direitos

Cada tipo de rescisão possui regras próprias, que impactam os valores a serem pagos:

Pedido de demissão

  • Não há aviso prévio indenizado, multa do FGTS nem possibilidade de saque do fundo.
  • Saldo de salário, férias vencidas e proporcionais, e décimo terceiro proporcional devem ser pagos.

Dispensa sem justa causa

  • Inclui todos os direitos: aviso prévio, multa de 40% sobre o FGTS, saque do fundo, férias, décimo terceiro proporcional e saldo de salário.

Dispensa com justa causa

  • É a mais restritiva. O trabalhador perde direito ao aviso prévio, ao saque do FGTS, ao décimo terceiro proporcional e à multa.

Contrato de experiência

  • Quando encerrado antes do prazo, os valores são proporcionais ao período trabalhado e podem incluir multa por quebra de contrato.

Rescisão por falecimento

  • O pagamento dos direitos é transferido aos herdeiros, sendo calculado de forma proporcional até a data do falecimento.

Como evitar erros no cálculo de rescisão?

Para evitar prejuízos e atrasos no processo, recomenda-se:

  1. Conferir as bases salariais: verifique salário, saldo de férias e período trabalhado.
  2. Observar os prazos da CLT: o pagamento deve ser feito em até 10 dias.
  3. Realizar a apuração correta dos descontos: INSS, IRRF e outros encargos aplicáveis.
  4. Utilizar ferramentas confiáveis: sistemas de gestão podem automatizar os cálculos.

O que fazer diante de erros?

Caso o trabalhador identifique uma falha, ele pode recorrer ao setor de Recursos Humanos ou ao sindicato da categoria. Não havendo solução, é possível reportar o caso ao Ministério do Trabalho ou à Justiça do Trabalho.


Conclusão

Realizar o cálculo de rescisão de forma precisa é fundamental para assegurar os direitos do trabalhador e evitar sanções ao empregador. O conhecimento detalhado das leis trabalhistas e dos valores envolvidos pode transformar esse processo em um momento de encerramento justo e transparente para ambas as partes.

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